Foto: Ministério Público (Divulgação)
O advogado Maurício Dal Agnol foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (5), em Passo Fundo, durante uma ação do Ministério Público (MP). Ele é investigado por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro.
A prisão preventiva foi decretada pela Justiça, a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, no âmbito da Operação Barba Negra, deflagrada em maio no município do Norte gaúcho. A ação contou com o apoio da Polícia Civil.
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De acordo com o coordenador do 7º Núcleo Regional do Gaeco – Planalto, promotor de Justiça Diego Pessi, responsável pela operação, a prisão teve como objetivo garantir a ordem pública e econômica, assegurar a conveniência da instrução criminal e garantir a aplicação da lei penal. Na casa e em um prédio do advogado, quando foram cumpridos os mandados judiciais no mês passado, foram apreendidos em dinheiro cerca de R$ 4,7 milhões. A Justiça também determinou, na época, o sequestro de 25 veículos e mais de 50 imóveis ligados ao advogado.

Operação Barba Negra
A Operação Barba Negra investiga a apropriação indevida de valores provenientes de ações judiciais envolvendo ações da antiga Brasil Telecom (antiga CRT), com posterior ocultação e dissimulação da origem ilícita dos recursos. Conforme o MP, o esquema teria movimentado cerca de R$ 40 milhões, envolvendo a constituição de empresas de fachada e a utilização de terceiros para ocultar os valores desviados. Os fatos teriam ocorrido entre 2007 e 2012.
As investigações seguem em andamento, por meio de análise de documentos e materiais apreendidos, além de depoimentos, com o objetivo de identificar mais delitos e aprofundar a análise das movimentações financeiras suspeitas.
Conforme a investigação, o advogado movia ações contra a Brasil Telecom em nome dos clientes da empresa. Quando os processos eram vencidos na Justiça, Dal Agnol não repassava todo o valor devido aos seus clientes, ficando com parte do dinheiro. Entre as vítimas do esquema, estão moradores de Santa Maria, cidade onde o advogado também mantinha um escritório de atendimento.
Devido às provas já existentes, Maurício Dal Agnol foi condenado, em agosto de 2024, a 96 anos de prisão em regime fechado pelo crime de apropriação indébita. Ele responde em liberdade.
A Operação Barba Negra é um desdobramento das investigações de apropriação indébita. O foco, agora, é a lavagem do dinheiro que o advogado teria se apropriado ilegalmente dos clientes.